sexta-feira, 11 de junho de 2010

Carta ao meu complemento.

Andréia Valentim

Não se sabe o que vai acontecer ao longo do caminho. A jornada é árdua, as pessoas são complexas , e a vida acaba se tornando curta. O que acontece é acaso do destino, ou apenas uma escolha errada feita no inicio da história.

Cabe a cada um não usar uma 'válvula de escape' para colocar a culpa, e sim perceber que cada vírgula coube a você mesma. Ninguém erra por você.

Não é minha culpa se seus sonhos não se concretizou. Não tenho culpa se eu nasci e desde então você parou de viver para si e dedicou sua vida a mim. Eu fui seu plano, fui seu sonho, seus desejo, hoje sou a culpada.

Perdão por ter as minhas vontades e tentar escolher a minha vida. Não obriguei-a largar sua vida e seguir comigo, apesar de nunca poder me desprender de você. Estaria sempre comigo de uma forma bonita, como sempre estará. Minhas vontades nem sempre deve ser aceitas. Não posso conduzir a sua vida, estou aprendendo a caminhar com a minha.

Me sinto só. Estou feliz, estou triste. Estou aqui e muito longe. Não sou mas. Quem sou? A culpa, ou a renovação? Questões.

Não quero ter a sensação de novamente ter destruído parte dos teus sonhos, como a alguns anos atrás. Lembro-me do seu desespero, e de como me senti desnorteada sem você por perto. Estava tão perto e ao mesmo tempo tão distante.

A responsabilidade não é o meu ponto mais forte. A alegria não anda estampada na minha cara. A tristeza não vive comigo. Sou diferente e incompreensível. Não quero castelos e riquezas, quero ver de volta a sua alegria e vontade de superar a vida.

Estou triste por você, por mim, e por tudo o que esta acontecendo...peço-te que um dia olhe para mim e me veja como a menina que não sabe a dimensão dos problemas da vida. Perdão por ter transformado-a em um caos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário