quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mais uma de amor - Parte VI

Chuck and Blair
(foto retirada do we heart it)

Foi difícil passar na sua rua e não parar na sua casa. Eu tive que reaprender a dirigir. Você de certa forma me deixou mal acostumada. Talvez por conveniência ou por comodidade. O primeiro dia é sempre o pior. Quando você se da conta que dali por diante não será mais como antes. A rotina vai mudar. Pegar o carro e sair sem rumo ainda hoje me lembra de você. Sentir o vento no rosto e olhar a paisagem. Parar em algum lugar e observar: as pessoas, as casas, os diálogos, a natureza. Aprendi a fazer isso talvez não com você, mas por nós. Fugir na maior parte das vezes me deu força para continuar. Eu só ligava o carro e ia; sabe-se lá para onde. Pena que as nossas fugas não foram bem a dois. Pensando bem, quase nunca ficávamos sós. Sempre tinha um terceiro, quarto, quinto... Décimo. Mas dificilmente nós (no plural de dois). Mesmo assim sinto falta daquele seu descontrole de destino. Viver só aquele momento. Aquele lugar e aquela história. Um momento de cada vez. Como se fugisse da sua, verdadeira, história. Dos seus problemas reais. Talvez você pensasse que seria possível. No final daquele caminho, sem rota certa, sempre sobravam boas e divertidas histórias. E mesmo sem um plano, mapa ou GPS nós nunca nos perdemos. Nossos destinos sempre findavam em algumas gargalhadas gostosas. Mas na maioria das vezes em sorrisos singelos, abraços apertados, muitos beijos e acima de tudo em cumplicidade. E mesmo com um silêncio ensurdecedor meu na volta e a sua preocupação nítida com a ocasião, o regresso era ainda melhor. Era quando eu sabia que mesmo com toda a realidade você estava ali comigo. Silenciar nem sempre é bom. Falar de mais não trás aprendizado. Mas aquela sensação de vento no rosto e pouca verbalização são únicas. Daí você aprende que palavras se vão com o vento. Mas os carinhos, mesmo que os menores, ah... Esses ficam!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Mais uma de amor - Parte V


Chuck & Blair
(imagem retirada do site we hart it)

Em um dia frio e chuvoso é comum recordar alguns momentos. E foi assim que se deu meu dia hoje. Depois de cumprir minhas tarefas do dia, tomei meu banho quente e coloquei o meu moletom. Aquele bem quentinho e cinza que eu costumo guardar na segunda gaveta. Peguei a minha xícara com leite e fui ler um livro. A história apesar de ter começado juvenil me lembra da gente. Talvez por isso aquele capítulo tenha me lembrado do dia que você bateu a porta do carro e saiu sem olhar para trás. Em um ímpeto de raiva, ou ciúmes. Eu sempre fui do tipo “converso com todos” e você não faz a linha diferente. Um pouco de mim em você. Mas eu sou mais expansiva, assumo! Eu só quis fazer parte do seu mundo e me familiarizar com ele. Talvez eu tenha abusado, quem sabe você não tentou entender. Posso continuar dando desculpas ou explicando o que você saibe mais o ciúme não te deixou enxergar. Ver teu sorriso ao se dar minhas brincadeiras, tua expressão ao saber do teu incomodo. É eu não costumo parar na melhor parte. E também nunca entendi porque eu sentia certo prazer naquilo. Pode ser porque eu te sentia perto, posso explicar melhor, eu sentia que você me queria. Ver teu ciúme me remetia àquela afirmação que há nos relacionamentos “você é minha!”. O problema foi que eu deveria saber que antes de ser sua eu deveria ser minha. Eu fui só sua. Em algum momento eu me perdi em você e tentei encontrar-me em mim. Enquanto eu me aventurei em fazer parte do seu mundo, não me preocupei na bagunça que estava se tornando o meu. Quando resolvi estar com você, me permiti novos caminhos e não fixei em um ponto, o contrário disso, só fechei os olhos. Sabe, é que em uma relação a dois e, principalmente, quando nos aventuramos a amar temos que focar em um ponto para manter o equilíbrio ou tudo desmorona. Foi ai que aprendi que ninguém sobrevive tendo controle ou sendo controlado pelo outro. Se cada um não se pertencer antes de se doar o fracasso é certo!



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Princípios básicos

Phoebe Tonkin | via Tumblr
(imagem retirada do we hear it)

Eu gostaria de saber o que nos leva a tomar decisões pelos outros. Sim! Diante do nosso “achismo” tiramos o direito do outro de decidir para que lado deva seguir. Partindo de um princípio básico de sentimentos, usamos sempre como desculpa o amor e o cuidado. Uma possessão que achamos ser saudável. Não é legal decidir pelo outro. Brecar a sua decisão achando que é o melhor. Deixe que essa outra pessoa decida. E aprenda a ser fiel a si mesmo. Errar é humano e perdoar não significa esquecer, nem é tão divino o quanto parece. Mas na maioria das vezes é preciso, acalma e sossega a alma. Não dá para ser o tempo todo bom ou certo. Deixar de fazer ou dizer algo para alguém por receio de sua reação ou mudança não vai te fazer melhor e muito menos o mais corajoso. Sabe o que eu identifico como coragem? A arte de ser sem fingir. Concordo que não é fácil controlar a si e a vida, principalmente quando envolve outras pessoas. O domínio do próprio espaço e dos sentimentos requer um cuidado e equilíbrio. É difícil se encontrar após ter estado perdido por muito tempo. Deixar ser encarcerado por sabe lá quem, sabe-se lá aonde. Ou sabe-se quem, mas o aonde é tão perto que pensamos ser distante. E é por dentro. E, de novo, com a nossa mania de “super-heróis,” de ter sempre que nos sacrificar para o bem do outro. Bom, nem sempre fazemos isso, ou nunca! Mas o mais impressionante é que dizemos fazer. Achamos fazer. Uma síndrome de injustiçado com a velha frase de “eu não vou ou vou fazer isso pelo bem de fulano”. E o seu bem, quem vai pensar nele? E o meu? Será que eu parei para pensar em mim ou perdi a maior parte do tempo me preocupando com a vida alheia? Enfim, não sei até que ponto é maldade, amor ou cuidado. Já não me encontro em meio a duvidas e sentimentos. Não vou me omitir e nem mentir por medo do que possa acontecer. Cada um é responsável por suas decisões e escolhas e eu não vou poder mudar os fatos. O que aconteceu, já foi. E essa é a minha decisão. Em meio a interrogações e vírgulas procuro entender aonde foi que eu me perdi para quem sabe voltar a me encontrar. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Mais uma de amor - Parte IV

Blair&Chuck
(foto retirado do we heart it )

Eu aprendi o respeito e um pouco da tua história. Escutei e li você me contando diversas vezes o que achava e sentia. Concordei, discordei e me calei. Vi em você um pouco de mim e uma tentativa de mim em você. Talvez pelo excesso de nós dois que voltamos a nos aproximar. Eu estava vivendo em um momento difícil e você também. Havia muito a que se doar um ao outro. Eu estava prestes a perder alguém que eu sempre amaria e você ganhando alguém a quem sempre vai amar. Duas histórias, dois caminhos e um mesmo amor. Resolvi deixar o destino agir por mim, por nós. E quem sabe a nosso favor, ou contra. Deixei você me incluir na sua vida e me deixei, mesmo com medo, te trazer para a minha. Medo. O sentimento que se fez presente todo esse tempo. Eu deixei que o que eu estava sentindo começasse a me definir. Aos poucos me entreguei, mesmo sem você perceber. Eu te aceitei da forma que veio. Mas ainda me pergunto se você de tanto idealizar se decepcionou. A perfeição mais imperfeita é aquela que imaginamos ser o que não se é. Eu aceitei me reencontra nos teus beijos e me perder nos teus braços e abraços. Uma troca justa para quem se dispõe a amar. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Mais uma de amor - Parte III

😍
(imagem retirada do site: we heart it)

Um ano se passou. Muitas coisas aconteceram comigo e com você. Não foi uma distância fiel. Apesar da distância nós nos comunicávamos quase que semanalmente. Mesmo que por mensagem. Lembrei, agora, daquele dia chuvoso em que você me ligou perguntando se podia passar aqui em casa. Quando o telefone tocou eu senti um frio na barriga e apesar de ser um número desconhecido no fundo eu sabia que havia a possibilidade de ser você. Resolvi atender e logo ouvi sua voz ao fundo “Oi, sabe quem está falando?”, eu ri e respondi prontamente “Hum fala!”, você fez um ar de riso e insistiu “Ué, mas você sabe quem está falando?”. Você sempre foi insistente. Resolvi ironizar mesmo achando uma graça “Não, quem seria?” você nem pensou muito e responder e em seguida disse: “Seu admirador secreto!”. Só deu tempo de mais um sorriso e te responder que eu sabia que era você. Se não me falha a memoria era uma quarta-feira, dez horas da noite. Disse-me que estava vindo da casa da sua avó. Eu não perguntei nada sobre o seu passeio, só consegui pensar na sua proposta de passar aqui. Eu já estava de pijama e pronta para dormir. Apesar de querer que viesse eu sentia, além da preguiça de me arrumar, que não devia aceitar. Acabei recusando sua visita, mas nos falamos noite adentro por SMS. Eu queria que voltasse essa noite.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Mais uma de amor - Parte II

Untitled

Eu estava sentada no mesmo banco branco e sem graça do dia em que você me ligou para me pedir desculpa de alguma brincadeirinha, a qual eu não me lembro. Eu lembro que fiz charme e disse que não o perdoaria. E mesmo com uma voz engasgada de nervosismo e um coração a ponto de uma taquicardia, eu conseguia dizer que não seria só um telefonema a sanar aquela birra infantil. Típica de quem está apaixonada... Foram várias mensagens de texto, conversas nas redes sociais. E muita troca de elogios. Em uma sexta-feira quente recebi o convite, vindo de uma amiga só para dar um volta na cidade e comer alguma coisa. Ela me falou que você iria, ela foi sua porta voz. Minha barriga gelou, minhas mãos suaram e eu recusei o convite. Eu não fui. Só vi as fotos. Decidi que não cometeria o mesmo erro de novo e nunca mais recusaria o seu convite. Até ouvir que não era possível iniciar aquela relação, porque nós não tínhamos nada em comum e que eu só iria me magoar. Foi difícil ouvir isso de uma pessoa que te conhecia, ou achará lhe conhecer. Meus argumentos acabaram, minha voz embargou e meus olhos lacrimejaram. Eu tive medo de te amar. Mas isso não mais importava. Pode me chamar de burra. Talvez eu seja mesmo. Resolvemos seguir nossas vidas. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Apenas mais uma de amor

Untitled
(foto retirada do we heart it)


Eu lembrei-me da primeira noite. Da nossa conversa a três no mesmo lugar onde futuramente viveríamos tantas outras histórias. Aquela noite poderia não ter acontecido. Não por arrependimento. Nunca. Mas porque eu rejeitei o convite durante todo o dia. Aceitei no início da noite. Encontramo-nos com aquela mesma saudade de quando terminamos o período escolar. E olhando um para o outro sentimos a mesma nostalgia. Conversamos, saímos, bebemos... Bom, eu bebi! Rodamos a cidade passamos em vários lugares. Era uma noite fria e com neblina. Fazia muito frio. Talvez tenha sido esse o erro, sentir frio. Eu me aconcheguei na sua conversa mansa e nos seus carinhos. Nós precisávamos. Afinal estávamos nos recuperando. É eu adorei absolutamente tudo. Eu nem me importei onde estávamos, ou com quem estávamos. Eu só vivi aquele momento. Deve ser por isso que me pego com um sorriso bobo agora, mas logo se vai e saudade volta a machucar. Muito forte pra quem estava confusa. Muita coisa para quem se sentia fraca. Muito ouvidos para quem não mereceu ser escutada. Pouca percepção dos sentimentos, do que eu sentia. Eu fui para casa pisando em nuvens. E adormeci com o seu telefonema perguntando se eu havia chegado bem. E depois disso só desentendimento. Mal entendidos. Julgamentos. Separação. Eu gosto de pensar que essa noite durou mil anos. Assim, te sinto mais perto e penso ser mais intima. Só queria que você soubesse que eu pensei em você. E que eu ainda penso. 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Você tem direito a escolha e o tempo está passando

Filipa Azedo
(imagem retirada do site: we heart it )

A sua vida acontece de acordo com as suas escolhas. É tão difícil largar o conhecido se você já tem domínio dele. Ou pelo menos julga ter. Por isso, talvez, seja tão difícil partir. Esquecer o que te aconteceu, quem te feriu e muitas vezes a quem você feriu também. Eu gosto de acreditar no ser humano, em uma segunda chance. Não gosto de guardar sentimentos ruins. Eles poluem e machucam a alma. Eu só queria entender o porquê de ser tão difícil largar tudo e seguir em frente. Romantismo, apego, ou comodismo? Mas, vamos e venhamos apegar-se a sofrimento é burrice. Então vamos buscar outra explicação. Não é sempre isso que fazemos? Buscamos por vários fatores que justifique o sentimento e essa vontade insana de ainda está com quem nos machuca, ou machucou tanto. E algumas vezes você coloca em si a culpa do outro. Como se já não enxergasse mais o caminho. Por que se eu não tivesse feito isso ele não teria agido assim. Dane-se. Quem quer que seja, iria agir da mesma forma. E você vai agora monitorar seus passos e atitudes com medo da reação do outro. Daí, com certeza, você ainda está pensando: Mas fulano também deve sofrer e têm tantos problemas, tantas coisas aconteceram. Parabéns! Agora vá à sua gaveta mais íntima procurar o seu amor próprio. É obvio que devemos tomar cuidado com nossas atitudes e palavras. Eu já errei muito e pago o meu preço. Entretanto não vou deixar minha essência e meu eu se perder no medo de errar de novo. Sinto muito, mesmo, por quem eu magoei e sinto mais ainda por quem me magoou. Mas o meu eu sempre grita mais alto. Não adianta buscar explicações e justificativa para o que aconteceu, Já foi, passou. E cada um fez sua escolha. Mesmo que a sua tenha sido acatar a do outro. Agora deixe partir. Solte-se das amarras que lhe prende a essa pessoa e esse lugar. O tempo tá passando e você precisa seguir. Eu preciso seguir. E mesmo que em algumas noites você sinta saudades e chore, eu garanto, essa dor vai passar. Parem de procurar respostas, elas viram quando chegar a hora. Criar história não vai adiantar. Culpar o outro também não e atribuir a culpa para si muito menos. Deixa leve, como uma brisa de fim de tarde. Dar-se o direito do perdão; perdoar e ser perdoado. Vai ajudar. E se não sabe o que fazer, não faça. Se não sabe o que dizer, mantenha-se em silêncio. Faça o que tiver vontade de fazer. Siga os seus extintos e o seu coração. Deixe que mudem tudo. Deixe que tudo se perda. Pessoas falam, opiniões mudam e a critica sempre vem. E se não tomar cuidado vai virar refém de si mesmo. Não pare a sua vida. O mundo continua girando, o coração pulsando, pessoas nascem e morrem todos os dias. O curso da vida não para. Ninguém vai esperar por você, nem você mesmo. O seu corpo vai continuar sofrendo mudanças. E você no seu intimo, vai aprender e seguir ou se aprisionar e desistir nos primeiros obstáculos? A escolha é só sua.