sexta-feira, 23 de abril de 2010

Infância

Por Andréia Valentim


Ainda lembro de quando preocupação era brincadeira. Trabalhar era uma escolha e cada dia eu podia exercer uma profissão diferente. Namorar e casar era romântico demais aos meus olhos. Meu pai era o meu ídolo, mas isso mudou; minha mãe era a rainha e eu a princesa, entre tanto esse foi o único fator que não mudou, ela ainda é minha heroína.

Sempre tive amigos, muitos. Havia alguns desentendimentos, mas tudo era maduramente resolvido com um único sorriso e pedido de desculpa. Que bom é ser criança! Não imaginam a saudade que eu sinto.

Na minha casa tudo era perfeito, eu tinha comida, brinquedos e a minha mãe. Na escola era divertido havia amigos, brincadeiras e uma moça muito bela, a minha professora, Sibele é o nome dela, mas conhecida como Tia. Eu a achava muito bonita, e gostaria de ser como ela ao crescer. Não foi o que aconteceu.

Sonhar...Esse é o melhor de ser criança, o simples, puro e amável sonhar. Quantas profissões não há, quantos profissionais já fomos em brincadeiras. Qual é a sua profissão hoje?

Felicidade...Ser feliz depois da infância parece uma missão impossível, sempre falta algo ou há muitas coisas, é de menos ou de sobra. Nada está bom e não conseguimos mais ver as coisas simples e maravilhosa da vida. E logo deixo a pergunta: Você é ou esta feliz?

Eu sempre vivi distante da minha família, em estado diferente. Confesso que não sinto muita falta, a não ser dos meus avós, tias e tios eu adotei ao longo do caminho. Sou filha única, aliás não sou tão única assim, meu pai tem filhos fora do casamento, mas é como se eu não tivesse irmãos, não os conheço, mas vou conhece-los e talvez eu deixe de me sentir só.

Conforme eu cresci percebi os caminhos difícil que a vida traçava. Perdi parte da inocência que eu levava na infância. Comecei a guardar raiva e rancor das pessoas. Querer sempre mais...mas conforme eu tinha menos feliz me fazia. Dinheiro é a palavra chave da vida adulta, e eu que sempre achei que era a dignidade.

Quando criança me ensinaram a não mentir. Na “adultice” mentir é permitido e na maioria das vezes necessário, cometi um erro, não aprendi a mentir. Vale lembrar que a verdade é sim necessária, e a base de todos os outros sentimentos.

Lembro-me como é ser criança e sonhar, sei o que é manter vivo desejos, ver em coisas simples a felicidade. Aprendi que irmão ganhamos da vida, o importante é que haja laços. Que pessoas boas alcançam seu sonhos e pessoas ruim viaja no sonho dos outros. Emfim, lembrei o que é ser criança.

“Todas as pessoas grandes foram um dia crianças (mas poucas se lembram disso).” O Pequeno Príncipe.

A criança que há em mim vive em harmonia com a adulta que surgiu. Conforme o tempo esse confronto passa e você enxerga que a vida tem que andar de acordo com os dois lados da sua vida, em dupla jornada de sonhos.

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