domingo, 11 de julho de 2010

"Alea jacta est”.

Ela nem sempre foi uma boa menina. Não teve uma vida perfeita, muito menos um quarto rosa. Não era irresistível aos meninos e, nem ligava para isso. Insegura, sempre buscou os olhos do julgamento, esquivando-se. O que ela queria era apenas a felicidade. Uma família. Não pense que era órfã. Seu pai estava doente. Talvez as pessoas achassem que ela não daria importância. Afinal o pai mal conviveu com ela, na verdade nunca viveu ao seu lado. Entretanto ela guarda por esse homem um carinho irreconhecível. Quem sabe ela não tinha alguma magoa. Sim ela tinha. Depois de tudo que ele havia feito, ama-lo seria idiotice. Como essa menina lutou contra esse sentimento, diversas vezes ousou em falar mal do seu progenitor. Um dia, diga-se de passagem tarde, ele se arrependeu do que havia feito. Tarde. Ela engoliu todo aquele despeito de nunca tê-lo ao seu lado e foi em busca de ajuda-lo. Estava doente. As primeiras vezes foi fácil, sua mãe a ajudava, nas outras já não podia contar com isso. Como faria agora? Descobrirá que o amor e carinho que sentia por ele, seu pai, era irremediável e mesmo ela não querendo senti-lo, não havia mais jeito. Ao nascer eles formaram um laço que nem a distância ou tempo apagará. A cada dia que passava e o telefone tocava, ela desesperava-se: É ele? Aconteceu alguma coisa? É serio? Como se comportou hoje? Era seu pai. Só havia ele e ela. A família. O que era aquele homem robusto, bonito, trabalhador, alegre; Deu lugar ao homem magro, fraco, doente e triste. Pobre homem, deixou que o alcoolismo lhe roubasse os melhores anos de sua vida. E a filha, o que haverá de fazer nesse momento? Nada. A espera por saber se ficaria bem era desesperadora. Teria ela a chance de dar uma chance a eles de viverem como pai e filha? Nada mais importava. Talvez o último abraço fora dado. Talvez não. O que esperava que acontecesse? Enquanto pessoas riam ao seu lado, seu coração lacrimejava de medo, de dor, de uma saudade que não poderia estar sentindo, pois ele não havia partido, ainda. Porém a massacrava. Seu coração doía. Estava só. Crer em Deus dava a ela uma força maior. Dividir com alguém essa história, para ela não era cabível. Todavia, seus amigos e parentes não daria a minima. Ambos quem sabe achariam um dramalhão. Ela calou mais uma vez a sua dor. Espera até hoje por uma resposta, está breve o dia, no mas a sua única hora de descanso é quando consegue dormir. Ela aguarda o desfecho dessa história...”Alea jacta est”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário