Me disseram que você estava chorando e foi então que eu descobri como te quero tanto.
Hoje sinto vontade de sumir. Viver outra vida em outro
lugar. Sentir-me viva novamente. Afastar-me de que não me faz bem. Sentir-me
completa e protegida, como quando eu era criança e um simples abraço materno me
bastava. Agora me sinto só, mesmo com muita gente em volta. Não posso ser
ingrata com os poucos que aqui estão e eu os sinto. Mas quero ser feliz.
Todavia sei que não há felicidade vinte e quatro horas por dia. Porém, preciso
sentir que há amparo quando eu precisar. Preciso de um colo para chorar, braços
para me abraçar, e só. Sinto-me sozinha e o que me resta são o computador e
minha vontade de escrever. Sei que é um tanto doentio e chato de ler, mas é a
forma com que consigo desabafar. Preciso fazer algo que me transcenda, me eleve
a outro nível. Devo aprender a me relacionar novamente. Sinto falta de estar
com gente, de não me sentir minimizada, ou inferior, ou julgada, ou qualquer
outra coisa do gênero. Preciso me sentir amada. E há pessoas que me amam,
algumas. Estou sendo ingrata com todos eles. Preciso me encontrar e me aceitar
pelo que sou o pelo que vou ser. Mas o que vou ser? O que vou fazer? Que rumo
tomar? A que devo me apegar? Quem vai me cuidar e me proteger? Quando eu vou
parar de chorar? Adoro ouvir risadas. Encanta-me fazer as pessoas sorrir.
Porque quando faço isso, me animo, compartilho dessas risadas. Compartilho dos
momentos felizes e recebo muito mais do que doou. Não falo tanto dos meus problemas
com os outros porque sinto que os incomodo, tomo o tempo. Nem sempre estamos na
mesma “vibe”. Sei que uma hora o vento vai soprar a meu favor. A tempestade vai
acalmar, e tudo vai tomar um lugar. A dor sentida hoje, ou agora vai me servir
de escudo para uma situação amanhã, quem sabe a solução de outro problema. Talvez
não meu.