E você me perguntava se eu estava bem. Todas a noites, todos os dias. E as minha respostas eram sempre as mesmas. Você nunca se cansou de passar a mão nos meus cabelos e sentir minha respiração. Eu nunca cansei de te tratar mal. Seu olhar brilhava, seu sorriso se estendia. Meu nariz empinava, meu olhar desviava. Tão carinhoso, tão amável. Eu sempre pronta a destilar meu fel. E as madrugadas em que eu ia me divertir; enquanto o seu programa era ir ao aniversário da sua tia. E ainda me esperava acordado, para perguntar como tinha sido. Balbuciava ao escutar todas as minhas histórias; e no final me dava um beijo e desejava boa noite. Lembro-me bem de quando esse jogo virou. Deixei cair todas as minhas cartas. Você aprendeu a jogar o meu jogo, e eu me perdi dentro do seu. Perdi tudo, até você. Hoje nem ao menos posso esperar você de madrugada para ouvir suas histórias. Você já encontrou alguém, que não só ouça, mas divida com você as suas. Sinto sua falta! Dos nossos segredos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário