Andréia Valentim
Tive uma daquelas noites, tumultuada. Várias idéias surgiram ao longo da madrugada. Fiquei tentando não me perder entre elas. Criei textos na minha cabeça. Cheguei a lê-los para eu mesma. Me questionei se serviriam.
Pensei em pessoas desconhecidas, não tão desconhecidas. Achei que não dormiria. Enquanto o frio batia à janela pedindo entrada , eu me atrapalhava em meio as minhas idéias. Brinquei de ser livre, de ser feliz (completamente), de não ter preocupação e de ser uma fada. A fada que realizaria o meu maior sonho, viver.
Viver em paz, viver bem. Sem rancor, amando até a quem me odeia ou me tem os maiores desejos de derrota. Abraçar pessoas, as mais diferentes e desconhecidas. Beijar humanos que não reconhece a simplicidade do mundo. Agradecer a cada “pedra” que me jogaram, lembra-lhes que com elas estou terminando a minha primeira casa de sabedoria.
Não me agrada olhar para o mundo com medo. A vida não é tão má. As pessoas não são tão frívolas e vazias. Deus não é injusto. E porque ainda estou insegura de não conseguir me realizar?!
Não me amedronta estar na rua, ficar em casa é pior. Pensar é perigoso, leva uma mente sana a uma insanidade sem cura. Porém pensar nos leva a refletir, sobre os últimos acontecimentos, seja eles quais forem.
Pergunto a você caro(a) amigo(a): Por que tanto reclamamos da vida? Não seriamos nós os ingratos? Por que mesmo com tantas coisas e pessoas a nossa volta somos tão mal humorados? A humanidade caminha a sua ruína. Parabéns à nós, contribuímos para isso a cada dia.
Amar já não é tão simples. Acreditar está quase impossível. A inocência não está tão presente nas crianças. Estou com medo dos próximos dias, não é previsto o que pode acontecer.
Sou correta ao lhes escrever, em impulsiona-los a pensar que a vida pode ser melhor, que nada é tão ruim como pensamos. Vou confessar à vocês; quem vos escreve é a criança não crescida, a mulher indecisa e a cidadã assustada. Tenho medo, desejos escondidos e uma louca vontade de ser feliz, não apenas de estar feliz. Paz é o que importa. Quero e devo me permitir. Alguém sabe me dizer como?
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