Parte II
Depois de muito tempo sem vê-lo, sem saber notícias, ela o reencontra. Ela está dirigindo de volta para casa. O carro para. Sinal vermelho. Ela olha para o lado e lá está ele, o seu amor. As mãos gelam, coração dispara, aquela sensação na barriga de sobe e desce. Ele olha nos olhos daquela menina como se lamentasse algo. Os carros buzinam. Então ela se dá conta da situação, ele está ao seu lado. É a sua chance. Será? Então ele acelera o carro e vai. Ela tenta se recompor de tudo. De todo o misto de sentimentos e de todas as buzinas que soam atrás dela. Ao chegar em casa-abatida, derrotada e sem forças-ela tenta manter o resto de dignidade que ainda lhe resta e repete, à cada segundo, “eu não vou ligar para ele”. Em uma tentativa falida de não sofrer, ela busca todos os defeitos dele. Depois de recitar para todos os vizinhos, percebe que ama todos aqueles defeitos. E como um surto, ela volta a repetir, de novo, o seu mantra: “eu não vou ligar”. E dessa vez olhando para o celular. E muitas vezes insultando-o. Como se o aparelho tivesse alguma culpa. Em meio a seu desespero ela adormece. Agarrada ao celular. No dia seguinte ao olhar para o seu telefone ela nota que chegou a seguinte mensagem: “ Eu não quero te fazer sofrer!” Então ela ergue a cabeça; levanta, lava o rosto e vê sua face refletida no espelho. E apesar do desanimo ainda lhe resta a coragem de pegar o telefone e, com tristeza, responder: “Tarde de mais!”. Minutos depois ele chega a casa dela. E ao sentir que é ele do outro lado da porta, todo o corpo dela estremesse. Uma voz diz:
Ele: -Abre a porta e fala comigo!
(sem abrir a porta ela responde)
Ela: -Eu lamento!
(Choro e ruídos )
Ele:-Lamenta, o quê?
Ela: -Ter sido tão egoísta, me perdoa.
(confuso com a conversa ele senta de costa para a porta e questiona)
Ele: -Eu só não entendo, uma coisa: Por que você foge de mim?
(com muito medo ela confessa)
Ela: -Eu não queria fugir de você, só estava fugindo de mim, desse sentimento, como uma proteção.
Ele: -Você estava tentando não me amar. É isso?
( em um misto de pranto e desespero ela tenta não responder)
Ela: -Você tem razão, mas não foi por mal eu juro.
Ele: -Qual é a próxima coisa estúpida que você vai tentar fazer?
(E ela com toda sinceridade responde)
Ela: -Nenhuma. Dessa vez eu não vou ser egoísta com você.
Ele: - Então é isso? Você vai desistir de novo? Por medo? Eu não acredito! (Enfurecido ele questiona) Você vai jogar o meu amor fora de novo? Eu estou tentando que você entenda que eu ainda amo você.
(Tentando ter um pouco de razão ela abre a porta e grita)
Ela: - Eu só estou tentando que você seja feliz.
(ele se levanta a segura pelos braços e fala)
Ele: Além de egoísta é surda. 'Ei'! acorda eu estou dizendo que te amo e você continua querendo estar com a razão. Dá para uma vez na sua vida baixar a guarda e ouvir o seu coração. Eu quero você pra mim, na minha vida, na minha cama. Dividindo minhas alegrias e frustrações. Meus fracassos e minhas vitórias. -Nesse momento ela ainda não havia parado de falar; impaciente ele dá uma sacudida nela e diz-. Cala a boca, por favor, e escuta, por que eu só vou perguntar uma vez! Quer casar comigo?